sábado, 19 de junho de 2010

Pedofilia - Como lidar com esse problema?

A palavra pedofilia significa uma tendência a se abusar sexualmente de crianças. Suas causas são psíquicas, a pedofilia não vem do fato de as pessoas serem heterossexuais, homossexuais, casadas, solteiras ou celibatárias. É um transtorno de personalidade.

O mal da pedofilia inclui sempre uma violência moral. Ao violar a inocência da criança, causa-lhe traumas para a vida inteira. Pode, também, transformar-se em violência física, inclusive estupro e morte.

As práticas da pedofilia aumentaram em nossa sociedade. Sabe-se que grupos de pedófilos agem pela internet. Ocorrem também abusos de crianças dentro da família, entre parentes e muitas vezes envolvendo os próprios pais. As pessoas que carregam essa tendência buscam instintivamente modos de agir e de esconder seus atos.

A ética diante da pedofilia começa pela própria pessoa que tem a tendência. Ao percebê-la, seu dever moral é de procurar ajuda e tomar medidas para superar o problema. Esta é a sua grande responsabilidade.

Quem está de fora e vê indícios ou mesmo fatos, tem também uma grande responsabilidade, exatamente porque se trata de defender as crianças. Nos casos de fatos comprovados, os Conselhos Tutelares podem ajudar muito e estão ao alcance popular.

A pedofilia entre o clero apareceu na mídia internacional com grande destaque por diversos motivos. Primeiro porque foram descobertos vários fatos, o que seria inaceitável dada a credibilidade e responsabilidade da Igreja no que concerne à questões morais. Evidentemente, houve também uma grande exploração por parte de quem queria ganhar dinheiro com processos, ou simplesmente desacreditar a Igreja. A maioria dos casos vem de décadas passadas. Foi verificado que mais de dois terços das acusações são inconsistentes.

Mesmo assim, os casos comprovados constituem sim um grave escândalo. O foco do problema não é o celibato dos padres e sim o acobertamento desses comportamentos. Assim, a Igreja precisa aprender a lidar com a transparência na defesa das crianças diante de abusos sexuais, venham eles de onde for.

É preciso tratar esses problemas com misericórdia e responsabilidade civil. A credibilidade da Igreja não se perde pelos seus erros, mas se garante pela clareza em reconhecê-los e corrigi-los com firmeza.

Bento XVI enfrentou a questão de frente e assumiu a responsabilidade da Igreja. No encerramento do ano sacerdotal (no último dia 11 de junho em Roma), implorou "insistentemente perdão a Deus e às pessoas envolvidas" e reafirmou a disposição da Igreja em fazer "todo o possível para medir a autenticidade da suas vocações e fazer todo es­­forço para acompanhá-los ao longo do seu caminho". Um pouco antes, em sua visita a Portugal, deixou para o mundo uma declaração emblemática: "O perdão não é um substituto para a justiça." 

Baseado no artigo do Pe Márcio Fabri dos Anjos, C.SS.R., publicado na Revista de Aparecida, n.º 99 - junho de 2010, pág. 22

A paz de Cristo!

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